Revolta dos Búzios, Revolta dos Alfaiates, Conjuração Baiana. Três nomes para um dos maiores e mais importantes movimentos sociais da história do Brasil, ocorrido em 12 de agosto de 1798.
Liderada por pretos e pardos escravizados e seus descendentes, a rebelião teve como objetivo livrar o Brasil da tutela portuguesa e romper os grilhões da opressão racial.
Pobreza
O contexto era de escravização e empobrecimento das camadas mais baixas da população, que participaram ativamente do levante, como soldados, pequenos comerciantes, artesãos e muitos alfaiates.
No fim do século 17, o Recôncavo Baiano havia recuperado a prosperidade econômica, com o início do ciclo da produção do açúcar. Mas o avanço ocorreu em detrimento das pequenas propriedades agrícolas voltadas a subsistência.
Com o agravamento das condições de vida das camadas populares, a insatisfação eclodiu, com clamando pelo fim da alta inflação e por mudanças que beneficiassem a todos os cidadãos.
Entre as lideranças do movimento, destacaram-se os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira, além dos soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens, todos mulatos.
Apesar de fortemente reprimida, a Conjunção Baiana é uma das mais referenciais lutas pela instauração dos direitos daqueles que, ao longo dos anos, buscaram transformar o Brasil em um lugar de todos e para todos.