Fonte: Thays de Araújo | Agência Gov
“A gente tem visto crescimento de ansiedade, distúrbios de sono, questões de saúde física e mental dos adolescentes e crianças. Então, o governo entendeu que tinha um papel de ajudar as famílias, ser parceiro das famílias nesse processo de cuidado com as crianças e adolescentes, oferecer informações, entender como este debate estava sendo feito no mundo e permitir que os pais ou responsáveis tomem decisões sobre como as crianças têm que lidar com dispositivos digitais, mas com as melhores informações nas mãos”, destacou João Brant.
O Guia teve como ponto de partida o diagnóstico de que pais, mães, familiares, responsáveis e educadores desejam orientações robustas, baseadas em evidências, que os ajudem a lidar com a nova realidade do uso intensivo de telas e dispositivos eletrônicos pelas crianças e adolescentes. Para João Brant, observar a diversidade das famílias brasileiras foi um ponto importante para o desenvolvimento das orientações.
“A gente sabe que a realidade do Brasil é muito dura para as mães que trabalham o dia inteiro, e que já tem uma carga grande, estão lutando uma luta quase como de Davi contra Golias, porque as plataformas têm sistemas que geram dependência das crianças e adolescentes”, afirmou.
“Então o que a gente precisa é realmente oferecer instrumentos e dizer o seguinte: imponham limites, os limites não significam proibição, limite significa limite de horas, limites de quais os aplicativos ele está usando, e acompanhe, tenha o uso mediado das tecnologias, converse com seu filho sobre o uso que ele faz”, acrescentou o secretário. (Assista)
O guia
O documento aborda temas como o impacto das telas na saúde mental, segurança online, cyberbullying e a importância do equilíbrio entre atividades digitais e interações no mundo real. O uso saudável das telas e a promoção de práticas que reduzam os riscos associados ao tempo excessivo diante dos dispositivos também fazem parte do documento.Leia também
• Governo lança guia para uso saudável de telas por crianças e adolescentesA iniciativa foi coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom PR), com participação de outros seis ministérios — Casa Civil, Educação, Saúde, Justiça e Segurança Pública, Direitos Humanos e Cidadania e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Sua formulação teve início em 2023, com uma consulta pública. A sociedade participou por meio da plataforma Participa + Brasil.
Celular nas escolas
O guia dialoga ainda com a Lei nº 15.100/2025, que restringe a utilização, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares, nos estabelecimentos públicos e privados de educação básica durante as aulas, recreios e intervalos.