A exposição “Do Passado ao Horizonte, 150 Anos de Travessias” será aberta no Arquivo Público do Espírito Santo (APEES), nesta quarta-feira (11), às 16h. Este será o último local que receberá a Mostra, após ter percorrido 0 diferentes cidades do Estado no decorrer do ano. As visitas poderão ser feitas das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira, até o dia 11 de janeiro, na sede da instituição, no Centro de Vitória.
De acordo com diretor-geral do APEES, Cilmar Franceschetto, a exposição é baseada em diferentes períodos históricos, com roteiro cronológico, de caráter didático e com preocupação em sua representação artística . “Trata-se de uma abordagem de conteúdo histórico mas que também é emocionante, especialmente para os descendentes que terão a oportunidade de reviver o que ouviram dos seus familiares”.
A Mostra é dividida em quatro tempos distribuídos em 20 lâminas de tecido que retratam as motivações da emigração dentro do processo de Unificação Italiana, a viagem dos migrantes, o contato com o Novo Mundo e as perspectivas de futuro. A organização é da Comunità Italiana, em parceria com o APEES e a Secretaria da Cultura (Secult), com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LICC) e do Grupo Águia Branca.
Momentos históricos
O processo imigratório italiano em massa para o Brasil se iniciou em fevereiro de 1874 com a chegada da Expedição Tabacchi à baía de Vitória. O Brasil é atualmente o segundo país com o maior número de descendentes de italianos do mundo, cerca de 30 milhões, e o Espírito Santo foi o principal local de entrada.
A migração foi o resultado de um processo mais longo de Unificação Italiana, concluído em 1871. Antes disso, a Península Itálica era formada por reinos, ducados, repúblicas, principados e cidades, cada um com suas leis, moedas, tradições, dialetos e costumes.
Durante e após os conflitos, a fome e a pobreza, juntamente com a falta de trabalho, desencadearam um intenso processo de migração dentro do território e fluxos para outros países, principalmente Estados Unidos, Brasil e Argentina. O contexto histórico pós-unificação era de crise e desagregação, tanto nos campos quanto nas cidades. Como em toda zona de tensão militar, os movimentos populacionais, com fugitivos, refugiados e combatentes, eram constantes em toda a Itália.