Há 19 anos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) deu início às atividades no Espírito Santo. Inicialmente atendendo a algumas cidades da Região Metropolitana da Grande Vitória, hoje o serviço está presente nos 78 municípios capixabas, totalizando 100% de cobertura. Neste sábado (07), a Secretaria da Saúde (Sesa) celebra um dos mais importantes componentes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O SAMU 192 tem como objetivo chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido alguma situação de urgência ou emergência que possa levar ao sofrimento, a sequelas ou até mesmo à morte. É um serviço gratuito e que funciona 24 horas, com prestação de orientações e do envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número “192” e acionado pela Central Estadual de Regulação de Urgência e Emergência.
A data do dia 07 de dezembro marca as primeiras contratações e o início da implantação do serviço, incluindo treinamentos, capacitações, aquisição de viaturas, instalações de bases e a organização da central de regulação, entre outras atividades, para que, em 2006, as primeiras ambulâncias começassem a rodar na Grande Vitória. Na época, o serviço atuava com 18 ambulâncias.
Hoje, o SAMU 192 conta com 112 ambulâncias, sendo 90 Unidades de Suporte Básico (USB), distribuídas em todos os municípios, e 22 Unidade de Suporte Avançado (USA), que são alocadas em cidades estratégicas, atendendo a todas as regiões de saúde. Para o próximo ano, a previsão é de que a frota seja ampliada com mais novos veículos, por meio de aquisição pela Sesa já em andamento. O serviço conta também com o suporte de um helicóptero junto ao Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAER).
Além disso, o SAMU 192 registra uma média de 500 mil ligações por ano, sendo que, em 2024, pouco mais de 195 mil dessas ligações resultaram em empenho de ambulância, isto é, quando há o envio do veículo para o local de urgência com atendimento in loco.
“Nos últimos anos, temos garantido acesso da população aos serviços do SAMU 192, por meio da ampliação em todo Estado, com a política do ‘Samu para todos’, com o objetivo principal, que é salvar vidas”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Miguel Duarte.
‘Samu para Todos’
O ‘Samu para Todos’ é a política estadual da Rede de Urgência e Emergência – Componente do Serviço Móvel de Urgência instituída pelo Governo do Estado em dezembro de 2019, que viabilizou a ampliação do SAMU 192 em todo o Estado, por meio do fortalecimento da regionalização e municipalização do SUS, com a ampliação da governança e coparticipação tripartite da expansão do serviço.
Foi por meio desta política, que, em 2022, o SAMU 192 chegou a todos os 78 municípios capixabas.
Nos municípios das regiões Norte, Sul e Central de Saúde, a gestão é realizada pelos consórcios CIM Noroeste, CIM Norte, CIM Polinorte e CIM Sul, que recebem a contrapartida estadual para gerirem os contratos. Na Região Metropolitana de Saúde, a gestão do serviço fica com a Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Vitoria.
Desde 2021, o Estado conta com uma nova Central de Regulação do SAMU 192, responsável pela regulação de todo o serviço no Estado. Ela fica localizada no município da Serra e é composta por uma equipe formada por médicos socorristas, técnicos auxiliares de regulação médica, rádio operadores, enfermeiros e condutores de veículos.
“E junto com a ampliação, investimos também na compra de novas ambulâncias para modernizar a frota no Estado. Além disso, a nova Central de Regulação está localizada em um espaço amplo e moderno, a fim de garantir maior agilidade no trabalho do profissional”, lembrou o subsecretário de Estado de Regulação do Acesso em Saúde, Heber de Souza Lauar.
Como funciona o SAMU 192
É importante destacar que o atendimento do SAMU 192 já se inicia a partir do chamado telefônico. A ligação é gratuita para telefones fixo e móvel pelo tridígito 192.
Ao ligar, o cidadão está acionando um recurso médico, em que o profissional atende o solicitante, avalia o quadro e dá orientações relacionadas ao caso, acionando o recurso adequado para a solicitação. Os chamados são classificados priorizando as situações de urgência e emergência com risco à vida.
Segundo o Ministério da Saúde, os profissionais do SAMU 192 estão aptos a atender as seguintes ocorrências:
– Problemas cardiorrespiratórios (parada cardíaca; parada respiratória, mal súbito);
– Intoxicação exógena e envenenamento (overdose por medicamentos, por drogas ilícitas; ingestão de líquidos tóxicos);
– Queimaduras graves;
– Falta de ar (pessoa não consegue falar uma frase completa; ou lábios e dedos roxos);
– Na ocorrência de maus-tratos (agressão com múltiplas fraturas; espancamentos; estupros com lesões);
– Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto;
-Tentativas de suicídio em que houve dano à vida;
– Crises hipertensivas com sintomas cardíacos e ou de consciência e dores no peito de aparecimento súbito;
– Quando houver acidentes/traumas com vítimas;
– Afogamentos;
– Choque elétrico com vítimas;
– Acidentes com produtos perigosos (uso de produtos inflamáveis que ocasione queimaduras ou intoxicações);
– Suspeita de Infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns);
– Agressão por arma de fogo ou arma branca;
– Soterramento com vítimas, desabamento com vítimas;
– Crises Convulsivas repetidas;
– Engasgos (obstrui de forma que a pessoa não consiga falar; fica cianótica – cor azulada);
– Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso.
E quando não chamar o SAMU 192:
Todas as situações que não se caracterize urgência ou emergência médica e que leve ao uso inadequado do recurso, como, por exemplo:
– Febre prolongada;
– Dores crônicas;
– Vômito e diarreia;
– Levar pacientes para consulta médica ou para realizar exames;
– Transporte de óbito;
– Dor de dente;
– Transferência sem regulação médica prévia;
– Trocas de sonda;
– Corte com pouco sangramento;
– Entorses (luxações leves que não demandam socorro imediato);
– Cólicas renais;
– Transportes inter-hospitalares de pacientes de convênio.